quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Quando te tornas mãe...

Quando te tornas mãe...

1.  Percebes que afinal consegues ir trabalhar com menos de 8 horas de sono. Na verdade, consegues ir trabalhar com menos de 4...não seguidas.

2. Consegues passar a tarde no shopping, sair de lá cheia de compras, e sem que nada seja para ti.

3. O teu colo e os teus beijos passam a curar todas as dores.

4. Consegues adormecer em qualquer lado e fazer sonos reparadores de 5 ou 10 minutos.

5. Percebes que mesmo de rastos quando a tua filha está doente não dormes com medo de tudo.

6. Constatas que é delicioso ter alguém a chamar "mamã" (pelo menos no início).

7. Deixas de mandar vir no trânsito com o idiota que vai à tua frente porque tens medo que a tua filha te comece a imitar (bom neste ponto ainda estou a trabalhar, não é fácil!)

8. Aceitas que a tua casa nunca mais estará arrumada e que a tua sala passou a parque de diversões.

9. Passas a saber nome de todos os medicamentos infantis e para que servem.

10. Confirmas que de facto o tempo voa e não consegues perceber como tudo passa a correr (ainda ontem era um bebé recém-nascido).

11. Tens um motivo para sorrir todos os dias (basta ver um sorriso ou ouvir aquele "olá").

12. Passas a ver as tuas séries, ler os teus livros ou dormir sestas, quando dá.

13. Deixas de tomar banhos sossegados. Aliás deixas de fazer muita coisa na casa de banho sossegada (ou sozinha, vá!).

14. Continuas incrédula, mesmo ao fim de quase um ano, em como conseguiste fazer algo tão perfeito, tão bonito, tão teu.

15. Confirmas que aquilo que te diziam do coração bater fora do peito é verdade.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Inspira, expira e não pira.

Quando estamos grávidas toda a gente tem conselhos ou opiniões a respeito disto e daquilo. Parece que a nossa gravidez é do povo e toda a gente tem direito a opinar sobre ela. Mas enganam-se se acham que esta necessidade de dar uma opinião ou partilhar experências termina quando o bebé nasce. Não termina e atrevo-me inclusivamente a dizer que piora...muito! Deixo aqui algumas das coisas que já me disseram nestes 11 meses de vida da minha filha.
Inspira, expira e não pira.

1. "Afinal tens leite"
Pois eu anteriormente da mama esquerda tinha a sair Coca-Cola, e da direita Super Bock, mas entretanto achei que seria melhor mudar para leite, não fosse a miúda começar a ficar com colesterol elevado.
A verdade é só uma, toda as mulheres têm a capacidade de produzir leite. É preciso ter um problema de saúde muito, mas muito grave para que isto não aconteça...mesmo! Pensem assim, até as senhoras de África, muitas vezes quase subnutridas, produzem leite! Se elas conseguem parece-me a mim que nós também seremos capazes, não?

2. "O teu leite é forte, o meu era fraco"
Meus amigos e minhas amigas. NÃO HÁ LEITE FRACO! Eu não sei quantas vezes proferi esta frase nestes 11 meses e se ao início era porque amamentava em exclusivo, agora é porque ainda amamento, o que não é normal (!?!) Entretanto já me fartei de dizer sempre a mesma lenga-lenga. Hoje em dia simplesmente não respondo. Porém, e mais uma vez, não há leite fraco! Há bebés que mamam mais, que demoram mais tempo a mamar, há bebés que mamam menos, que têm que mamar mais vezes, mas o leite não é fraco. E não, o não conseguir tirar leite com a máquina não significa que não se tenha leite. Eu neste momento não consigo tirar leite com a máquina e continua a produzir, a minha filha continua a mamar. O bebé não engordar também não prova que o leite é fraco. Um bebé pode engordar pouco porque simplesmente é dele, um bebé pode engordar menos porque tem preguiça de mamar, cabe-nos a nós oferecer mais vezes a maminha porque, quanto mais vezes o bebé mamar, mais leite vai ser produzido, é um ciclo. Simples. Depois há outra coisa que são os picos de crescimento em que o bebé naturalmente vai querer mamar mais vezes. É normal, faz parte, e não significa que o leite seja fraco ou que se tenha pouco leite.

3. "Tens umas mamas grandes por isso é que produzes muito leite"
Pois...mais uma vez não. A mama não funciona como um "armazém" de leite, mas sim como uma fábrica. Isto significa que a maior parte do leite que o bebé mama numa mamada é produzido na hora e não está armazenado na mama. Mais uma vez, quanto mais o bebé mamar mais leite é produzido. Simples.

4. "A tua filha está muito apegada a ti"
Pois, é verdade. Eu de facto tentei que ela ficasse apegada ao carteiro ou à senhora da confeitaria. Também tentei o mesmo com a vizinha de cima, mas o raio da miúda só quer saber de mim...e do pai, vá! Meus amigos, ela é um bebé. É natural que queira estar comigo, não? Esteve na minha barriga nove meses. Durante vários meses fui eu a sua fonte de alimento. Sou eu e o pai que lhe damos colo quando ela chora, é nos nossos braços que ela adormece. Não é suposto ela estar "apegada" a mim e ao pai? Não é normal?

5. "Dás muito colo"
Dou sim e darei enquanto puder, quiser e a minha filha pedir. É no colo que ela se acalma, é junto a mim que ela está bem. Dar colo só faz bem. Transmite segurança, ajuda-a a desenvolver-se. É assim tão mau dar colo? Em que é que isso pode ser mau?

6. "Ela está com o vício da mama"
Esta frase mata-me! E mata-me principalmente quando é dita por profissionais de saúde.
Mas vamos então desconstruir isto. O que é o "vício"? Segundo o Priberam, estas são algumas das definições de "vício": 
1. Defeito ou imperfeição.
2. Hábito inveterado. = MANIA
4. Dependência do consumo de uma substância (ex.: vício do álcool).


Mamar não é defeito ou imperfeição.Também não é uma mania, parece-me que os bebés são muito novinhos para terem algo assim, e também não me parece que seja uma substância que crie dependência. Ter um vício parece-me algo bastante negativo e mamar é tudo menos isso.
Nunca ouvi dizer que determinado bebé tem o vício do biberão. Enfim, mamar não é vício. Mamar é alimento, conforto, carinho. O bebé mama porque tem fome, porque precisa de se acalmar, adormecer, precisa de mimo e de amor. Como é que a algo tão positivo pode ser associado a um substantivo tão negativo? Não percebo...

Ah e outra coisa, a chupeta é que substitui a mama e não o contrário, ok? Se é normal e socialmente aceite que um bebé use chupeta, porque não é normal que lhe apeteça e que goste de mamar na maminha?

7. "Tão crescida e ainda mama?"
Bom, com esta não me vou alongar. A OMS fala em amamentação em exclusivo até aos 6 meses e depois disso até aos 2 anos de vida do bebé. A minha bebé tem 11 meses e sim, ainda mama e ainda irá mamar até eu e ela acharmos que já não faz mais sentido. A mama é minha, o leite é meu, eu decido, ok?
O mais engraçado é que oiço esta frase quase desde o nascimento dela. Ao início era por só beber leite da maminha e não tomar suplemento ou beber de biberão e agora é porque "supostamente" já é grande demais.

8. "Já dorme a noite toda? O meu/minha filho/a com essa idade dormia 14 horas"
Não meus amigos. A minha bebé não dorme a noite toda. Aliás a maior parte dos bebés não o faz. A minha filha tem 11 meses e já passou por milhentas fases no que toca ao sono e cheira-me que ainda irá passar por outras tantas. Os bebés têm necessidades físicas que os fazem acordar várias vezes. Uma das razões é que eles dormem a maior parte do tempo em sono REM (Rapid Eye Movement). Isto significa que têm um sono muito leve, que vão acordar mais vezes, sendo este um mecanismo para evitar o síndrome de morte súbita (SMSL), que já devem ter ouvido falar. Mas eu como não sou médica e o que sei é do que leio, recomendo a leitura do livro "Socorro! O meu bebé não dorme" da Dra. Clementina Almeida. Ela explica direitinho porque é que assim é e vão finalmente perceber, como eu, que o vosso filho/a que não dorme não é um alien, mas sim o "normal" entre os bebés. Acreditem que depois desta leitura vão deixar de achar que estão a fazer alguma coisa errada.

9. "Ainda dorme com vocês no quarto?"
Sim. A minha filha dorme na caminha dela no nosso quarto. Para nós, e como família, as coisas têm resultado desta forma. Em primeiro lugar é-me mais fácil uma vez que ainda amamento, mas sinceramente, e mesmo que já não o fizesse, acho que não o iria querer de outra forma, pelo menos para já. Ah e mais uma vez a OMS fala em partilha do quarto pelo menos até aos 12 meses do bebé, pois está provado reduz o risco de SMSL. Só vantagens!

10. "Tens que deixar chorar!"
Oi? Como assim deixar chorar? Vocês gostavam de estar desesperados, pedirem ajuda e que toda a gente vos ignorasse? Pior, gostavam de ser ignorados nesse momento de aflição por aqueles que é suposto nos darem carinho e atenção? Acho que a resposta é não, certo?
Os bebés não falam e o choro para eles é a sua forma de comunicação. Eles podem chorar por centenas de razões, vamos ignorar? É o nosso papel confortá-los, acalmá-los, tentar perceber o motivo do choro, dar-lhes carinho e segurança. Deixar chorar um bebé é de uma violência atroz, principalmente quando se trata daqueles treinos loucos de sono. Na minha opinião não vale a pena, não há vantagem nenhuma nisso e ver o nosso bebé desesperado e a sentir-se sozinho...desculpem, mas para mim não dá. Não consigo.

Há ainda mais umas quantas coisas que já me disseram, mas que ficarão para outro texto.
Ser mãe não é fácil, é preciso muita coragem, muita confiança e muita segurança. Hoje em dia estou e sou mais segura nas minhas escolhas, relativamente às questões acima, mas acredito que existam muitas recém-mamãs que acabam por ficar mais confusas, inseguras e a achar que não estão a fazer um bom trabalho, por culpa de mitos e ideias erradas. Um conselho? Leiam, leiam muito. Pesquisem sobre os temas de que têm mais dúvidas e depois façam aquilo que o vosso coração e a vossa intuição mandar. Vocês sabem o que é melhor para vocês, para o vosso bebé e família.

Um beijinho!














substantivo masculino

1. Defeito ou imperfeição.

2. Prática frequente de acto considerado pecaminoso.

3. Tendência para contrariar a moral estabelecida. = DEPRAVAÇÃO, LIBERTINAGEM

4. Hábito inveterado. = MANIA

5. Dependência do consumo de uma substância (ex.: vício do álcool).

6. Erro de ofício.

7. Erro habitual no uso da língua.

8. Mau hábito ou costume que as bestas adquirem. = MANHA

"vicio", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/vicio [consultado em 11-09-2017].


ví·ci·o
(latim vitium, -ii)

substantivo masculino

1. Defeito ou imperfeição.

2. Prática frequente de acto considerado pecaminoso.

3. Tendência para contrariar a moral estabelecida. = DEPRAVAÇÃO, LIBERTINAGEM

4. Hábito inveterado. = MANIA

5. Dependência do consumo de uma substância (ex.: vício do álcool).

6. Erro de ofício.

7. Erro habitual no uso da língua.

8. Mau hábito ou costume que as bestas adquirem. = MANHA

"vício", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/v%C3%ADcio [consultado em 11-09-2017].

ví·ci·o
(latim vitium, -ii)

substantivo masculino

1. Defeito ou imperfeição.

2. Prática frequente de acto considerado pecaminoso.

3. Tendência para contrariar a moral estabelecida. = DEPRAVAÇÃO, LIBERTINAGEM

4. Hábito inveterado. = MANIA

5. Dependência do consumo de uma substância (ex.: vício do álcool).

6. Erro de ofício.

7. Erro habitual no uso da língua.

8. Mau hábito ou costume que as bestas adquirem. = MANHA

"vício", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/v%C3%ADcio [consultado em 11-09-2017].
ví·ci·o
(latim vitium, -ii)

substantivo masculino

1. Defeito ou imperfeição.

2. Prática frequente de acto considerado pecaminoso.

3. Tendência para contrariar a moral estabelecida. = DEPRAVAÇÃO, LIBERTINAGEM

4. Hábito inveterado. = MANIA

5. Dependência do consumo de uma substância (ex.: vício do álcool).

6. Erro de ofício.

7. Erro habitual no uso da língua.

8. Mau hábito ou costume que as bestas adquirem. = MANHA

"vício", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/v%C3%ADcio [consultado em 11-09-2017].

ví·ci·o
(latim vitium, -ii)

substantivo masculino

1. Defeito ou imperfeição.

2. Prática frequente de acto considerado pecaminoso.

3. Tendência para contrariar a moral estabelecida. = DEPRAVAÇÃO, LIBERTINAGEM

4. Hábito inveterado. = MANIA

5. Dependência do consumo de uma substância (ex.: vício do álcool).

6. Erro de ofício.

7. Erro habitual no uso da língua.

8. Mau hábito ou costume que as bestas adquirem. = MANHA

"vício", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/v%C3%ADcio [consultado em 11-09-2017].

sexta-feira, 7 de julho de 2017

A maternidade

O mundo da maternidade divide-se entre quem faz cesarianas e quem faz partos normais, entre quem é seguido no público e no privado.
O mundo da maternidade divide-se entre quem dá de mamar e quem dá leite artificial, entre quem dá papas caseiras e quem dá papas industrializadas.
O mundo da maternidade divide-se entre quem usa toalhetes e quem usa compressas e água, entre quem usa as fraldas de marca e quem compra fraldas de marca branca.
O mundo da maternidade divide-se entre quem deixa os filhos na creche e quem os deixa com os avós, entre quem lava a roupa dos bebés em separado e quem junta a roupa de toda a família.
O mundo da maternidade divide-se entre quem faz co-sleeping, quem deixa o berço no quarto dos pais e quem põe o bebé no seu quarto logo mal nasce.

O mundo da maternidade é isso mesmo, um mundo. Vários estilos, várias dinâmicas, várias opções. Não existem mães e pais perfeitos, escolhas 100% consensuais ou verdades absolutas. O que funciona numa família não funciona noutra, o que funciona para um bebé pode não funcionar para outro. Aceitemos este mundo como ele é: tão diferente numas coisas e tão igual noutras.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

9 meses

Não acredito como o tempo voa e já passaram 9 meses desde que nasceste. Passaste 9 meses na minha barriga, estás há 9 meses cá fora. Mudaste o meu mundo e conquistaste tudo e todos com o teu doce olhar e sorriso contagiante. És a bebé mais fofa, mais querida e bonita de todo o universo! És minha, és nossa, só nossa. Todos os dias anseio pelo teu abraço porque eu dou-te colo, mas na verdade quem me conforta és tu.

Estou a adorar ver-te crescer, explorar, aprender, descobrir o mundo e o teu lugar nele. Estou curiosa com tudo o que aí vem e sinto o coração cheio por tudo o que iremos viver juntas.

Faz hoje 9 meses que sorrio todas as manhãs, e olha, não há birra, noite mal dormida ou choradeira infinita que me faça gostar menos de ti.

Amo-te!

sábado, 27 de maio de 2017

A amamentação #2

Como já referi num outro texto a amamentação para mim não foi uma coisa nada fácil. Comecei a dar de mamar assim que a Mafalda nasceu e digamos que foi uma experiência completamente diferente do que eu achava que iria ser. Em primeiro lugar aquilo doía para caraças! Pareciam agulhas a espetarem-se nos mamilos...era terrível!

Entretanto, os dias foram passando, mas a dor, ao contrário do que me tinham dito, continuava. Eram tão fortes que eu nem conseguia ter o soutien em contacto com o mamilo. Comecei então a pesquisar a respeito da amamentação. Ao início as dores eram apenas no mamilo, julgo que da fricção que a bebé fazia, mas depois passaram para dentro da mama. Todos os fóruns, grupos de FB, etc. enalteciam a amamentação e toda a gente dizia que era mágico, maravilhoso e ali estava eu que detestava amamentar, que tinha dores horríveis e que começava a achar que não iria aguentar nem mais um dia quanto mais até aos 6 meses. Estava quase a desistir!

Decidi, quase obrigada pelo pai da bebé, a ir a uma CAM (Conselheira de Aleitamento Materno) para ver o que se passava. Na minha cabeça eu tinha que estar a fazer alguma coisa mal. Talvez a pega do bebé não fosse a correta, talvez a posição estivesse mal...Vi imensos vídeos no youtube, li imensa coisa, experimentei diversas técnicas, mas nada parecia resultar. Eu tinha que estar a fazer alguma coisa errada.

A CAM viu-me a amamentar, disse que a pega estava perfeita e que não percebia o que se estava a passar. O bebé também estava a engordar bem, estava saudável, não havia razão para eu estar a sofrer tanto. Em conversa com ela expliquei o tipo de dor que sentia: um ardor que vinha de dentro e que não me deixava dormir ou fazer fosse o que fosse após dar de mamar. Ela diagnosticou-me uma candidíase mamária. "O quê?!?", mas como era possível isso acontecer?

O primeiro passo era então tratar a maleita. Como queria evitar tomar químicos, porque essas coisas passam pelo leite, a CAM passou-me uma mezinha caseira que pus logo em prática. Caso funcionasse veria os efeitos em pouco tempo, caso não resultasse teria aí sim que tratar com medicação.  Felizmente funcionou logo e passado dois dias já sentia melhorias. Sentia-me outra! Continuava com dores, mas nada que se comparasse, e passado umas duas semanas estava finalmente bem. Só partir daí, passados quase 3 meses da bebé ter nascido, é que comecei a ter prazer em dar de mamar. Afinal dar de mamar era bom, era ótimo, uma sincronia perfeita!

E aqui estamos, passados quase 8 meses de Mafalda, a amamentar e a gostar. Nunca mais tive dores e consigo finalmente perceber como isto da amamentação é muito bom. Nunca pensei que fosse sofrer tanto, mas a verdade é que deveria ter sido vista por um profissional assim que comecei a reparar que a dor não era normal. Não o fiz e tudo isto se foi arrastando para uma situação intolerável. Agora eu e ela estamos bem e sinto-me feliz por não ter desistido. Talvez por ter passado por tudo isto aproveito cada momento como se fosse único e, muito sinceramente, acho que vou ter saudades quando for altura de deixar de amamentar (e sim, mesmo tendo que acordar 3 ou 4 vezes por noite para o fazer!)

Adoro estar a dar de mamar e olhar para a minha bebé e decorar-lhe todas as feições. Isto não dura para sempre e daqui a nada ela não vai querer maminha ou eu irei fartar-me, não sei. A outra bem dizia que "primeiro estranha-se e depois entranha-se", eu confirmo.

Claro que este percurso não o fiz sozinha. O pai da Mafalda foi o meu pilar, foi o meu porto seguro e a ele agradeço todo o apoio, todos os abraços de consolo quando a dor era insuportável e claro, ter sido persistente e teimoso ao ponto de me obrigar a ir falar com alguém. No curso de preparação para o parto lembro-me que a enfermeira referiu que isto de amamentar é feito a três: o bebé, a mãe e o pai. Todos temos um papel fundamental e esta família é a prova viva disso. :)

 

sexta-feira, 21 de abril de 2017

"Primeiro estranha-se depois entranha-se"

A amamentação é sempre um assunto bastante controverso. Talvez não o seja para quem não tem bebés, mas a partir do momento em que engravidamos e temos um bebé começa a ser um assunto recorrente e que divide opiniões.
Na minha ignorância achei que todas as mulheres amamentavam. Nunca perdi muito tempo a pensar nesse assunto, para mim era algo natural e que fazia parte de todo o processo. Quando comecei as aulas de preparação para o parto percebi que afinal a coisa não era assim tão simples. Há pessoas que não querem amamentar, há pessoas que não conseguem amamentar e há, claro, quem o queira fazer.

Quando a Mafalda nasceu, e quando eu própria me deparei com o desafio que é a amamentação, comecei a perceber que pelos vistos o mundo se divide entre quem amamenta e quem não o faz, o que me parece uma perfeita estupidez. No início para mim não foi fácil, e por isso pesquisei imenso sobre o tema, principalmente em relação à pega do bebé, uma vez que tinha dores insuportáveis a dar de mamar (assunto para um próximo texto). Comecei também a seguir vários grupos de amamentação no Facebook, toda a informação e ajuda era bem-vindas. Fiquei chocada com imensa coisa e aí sim percebi que há mesmo pessoas que acham que uma mãe que não amamenta não é boa mãe. Passei-me! Na altura eu própria estava com dificuldades e parecia que toda a gente à minha volta sabia o que fazer e adorava amamentar. Eu sentia-me a pior mãe do mundo! Todas as mães sabiam instintivamente quando a mama esvaziava e quando era altura de oferecer ao bebé a outra mama, todas sabiam se o bebé estava ou não satisfeito e pasmem-se (!), conseguiam dar de mamar em qualquer lugar e a fazer o que quer que fosse. Já eu não conseguia fazer nada disso, não percebia nada do assunto e tinha imensas dores. Não me imaginava a dar de mamar fora de casa, porque se em casa já era um filme, fora então seria o caos! Sentia-me péssima porque não gostava de amamentar, era um sofrimento. Pensei em desistir. Tudo o que lia, a respeito da amamentação, referia que era essencial que o bebé mamasse até aos 6 meses e eu achava que nem um mês iria aguentar.

Entretanto o tempo foi passando, as dores foram diminuindo e eu e a Mafalda tornámo-nos profissionais nisto da amamentação, uma dupla imbatível. Ela cada vez mamava melhor e eu comecei a sentir-me mais tranquila, menos pressionada, mais segura e confiante.
 Comecei também a perceber que se continuasse a amamentar era ótimo, fossem 6, 8 10 ou mais meses, mas que se não o conseguisse não vinha mal ao mundo. Não era por isso que seria melhor ou pior mãe, não seria por isso que iria amar mais ou menos a minha filha, nem criar mais ou menos laços com ela. Demorei a concluir isto (as hormonas são lixadas!), porque a pressão que fiz sobre mim era tanta, que não imaginava a minha vida e a minha relação com a Mafalda de outra forma. Eu tinha que amamentar! Sei que se calhar para quem está de fora isto possa ser uma estupidez, mas era o que eu sentia todos os dias, sempre que dava de mamar. Hoje em dia continuo a amamentar e adoro fazê-lo. Já chegámos aos 6 meses e espero continuar pelo menos até aos 12. No entanto, sei que se por algum motivo não o conseguir, não serei pior pessoa ou pior mãe.

Uma enfermeira na maternidade, quando ainda "lutava" com isto da amamentação disse-me que amamentar primeiro "estranha-se e depois entranha-se". Na altura não acreditei que isso fosse possível, mas passado 4 meses confirmo que ela tinha razão. Comigo foi assim, acredito que o seja para muita gente,  mas no final o importante é que a mamã e o bebé estejam bem e felizes, seja o leite da mama ou da latinha. <3




domingo, 2 de abril de 2017

O regresso.

Regressei ao trabalho esta semana e posso dizer que não foi fácil. Na verdade, foi duro, muito duro.
Foram 5 meses e 3 semanas em que vivi exclusivamente para a minha filha. As minhas rotinas eram as rotinas dela, os meus dias eram preenchidos por ela e na satisfação das suas necessidades, fossem elas a alimentação, colo ou um miminho bom. E de repente tudo isso termina e sou "sugada" de novo para a vida real.

No primeiro dia saí de casa com os olhos encharcados em lágrimas e uma dor no coração. Ia passar o meu dia sem ela, sete longas horas sem a ver, sem a alimentar, sem a sentir. Custou.
O dia passou tranquilamente, na verdade até tive a sensação de que passou depressa, mas foram vários os momentos em que a tristeza me invadiu o coração e imaginava o que ela estaria a fazer, se estaria a sentir a minha falta. Tive muitas saudades.

No final do dia corri para casa, o meu coração quase explodia de ansiedade de a ver. Abri a porta e lá estava ela ao colo do pai. Olhou para mim com um sorriso que nunca irei esquecer e finalmente senti-me bem. Estava em casa, estava completa.

sábado, 1 de abril de 2017

Dia 27, 23:31

Deito-me naquele que será o meu último dia a sós contigo.
Fecho os olhos e recordo um a um cada momento passado:
O perfeito de união e partilha, o péssimo com a exaustão e o choro.
Fomos uma, agora somos duas.
Cinco meses e meio depois sei de cor o teu cheiro, o toque macio da tua pele.
Sei de cor o teu choro, o teu sorriso e o teu olhar.
Fecho os olhos e imagino-te, sinto-te,
O coração já dói,
Tenho saudades.



segunda-feira, 27 de março de 2017

36

36 anos de vida.
Quando era apenas uma miúda tentava imaginar a minha vida aos 20, aos 30, aos 40. Acho que deve ser uma coisa normal (por favor, digam-me que sim!). Sentia que queria chegar depressa aos 20 para sair à noite, para me divertir com os amigos e fazer coisas "fixes". Imaginava que aos 25 já seria mãe e que aos 30 já seria "velha". Nada poderia estar mais longe da verdade. Aos 25 tinha acabado o meu curso, procurava trabalho e estava longe de ter filhos ou coisa parecida. Nesses anos fiz imensas coisas que me deram o maior prazer e gozo. Viajei muito, diverti-me, fiz novas amizades e reaproximei-me de antigas. Descobri muita coisa e descobri-me a mim mesma.

Entretanto chegaram os 30 e de facto a minha vida mudou. Foi aos 30 que conheci o Yago e que pouco a pouco começámos o nosso projeto de vida em conjunto. Lembro-me de na altura pensar "Bolas, já tenho 30 anos!". No entanto, ainda me sentia uma jovem adulta de 25, cheia de vida, de energia e a querer fazer ainda muita coisa.

Seis anos passaram desde essa altura e, muito sinceramente, a sensação é a mesma. Não me sinto "velha", mas mais experiente, sem paciência para muita coisa que antes ainda tolerava e com mais paciência para muitas outras coisas. Olho-me ao espelho e continuo a ver uma jovem adulta, com um longo caminho pela frente e com a sensação de que o mundo é o limite. Não me sinto com 36, mas também não sei exatamente como era suposto sentir-me. Continuo a usar All Star, a gostar de sair à noite (se bem que agora não o tenho feito), a querer estar com amigos e com vontade de conquistar o mundo.

Se há uns anos "sentia" o peso de cada número que se acrescentava à minha idade, este ano não sinto isso. Não sinto os 36, sinto-me eu, sinto-me normal. Talvez a maternidade tenha mudado essa percepção e eu, de alguma forma, tenha parado no tempo. Já não sou eu a prioridade, se calhar é isso, não sei. É algo que terei que descobrir, ainda tenho algum tempo para o fazer (assim o espero). Para já, vou gozando os 36 e esperar que os próximos sejam tão bons ou melhores que estes.

Parabéns a mim! :)



quinta-feira, 23 de março de 2017

Engordei 18 quilos, fui feliz, mas agora já chega, ok?

Tive uma gravidez boa. Tirando ali um pequeno susto às 33, quase 34 semanas, que me atirou para uma baixa por gravidez de risco, tudo correu muito bem.
Comecei logo a engordar, tinha uma fome desgraçada que me acompanhou todo o primeiro trimestre, e, como no último mês fiquei de baixa em casa, cheguei ao final da gravidez com mais 18 quilos, mas estava muito feliz.

E como é que se engorda assim 18 quilos? Bom, tirando os cuidados quando comia fora de casa, porque não era imune à toxoplasmose, não me privei de nada e claro, o peso final espelhou isso mesmo. Como já tenho uma tendência natural para engordar e ainda problemas de tiróide que voltaram com a gravidez, acabei por engordar mais do que o desejado, mas na altura, muito sinceramente, não me importei nada. Adorava a minha barriga e achava que seria muito fácil perder todos os quilinhos extra, ainda para mais começando a amamentar.

Ora acontece que esta parte não correu como planeado. A verdade é que saí da maternidade com menos 6 quilos, passado uns dias perdi mais 2, mas continuo com 10 para perder (isto passados 5 meses e meio). Claro que não tenho feito exercício físico, e não tenho tido cuidado com a minha alimentação. Se há dias em que é fácil comer bem e fico orgulhosa de mim mesma por não sucumbir a tentações, dias há em que me sinto insaciável e como tudo o que me aparece à frente, e que nem sempre é o mais saudável.

Assim, e para me motivar mais para esta etapa, resolvi voltar às consultas de nutrição. Já antes perdi 18 quilos, por isso pensei que seria mais fácil. Fui no final do mês de fevereiro a uma consulta e foi-me dado um novo plano alimentar.

Primeiro passo: abastecer a despensa de coisas saudáveis, respeitando o plano alimentar;
Segundo passo: cumprir horários (esta parte é uma das mais importantes);
Terceiro passo: beber água. Este para mim é o mais fácil. Sempre fui pessoa de beber muita água e agora que amamento ainda mais;
Quarto e último passo: comer direitinho, seguir o plano e fechar a boca para tudo o resto.

Passado exatamente um mês, fui à segunda consulta e o resultado? Zero, o resultado foi zero! Claro que não há milagres e já esperava que o resultado fosse esse ou até que tivesse engordado.
Não tenho horários, não tenho rotinas, não me consegui organizar para preparar refeições saudáveis, acabando quase sempre por comer qualquer coisa entre o dar de mamar, trocar uma fralda e colocar a bebé para dormir. A minha médica foi um amor e super motivadora. Disse-me que era perfeitamente normal, e que tinha a certeza de que quando voltasse a trabalhar iria ver mais resultados, já que seria obrigada a cumprir horários. Acredito que ela tenha razão e eu comprometi-me a começar a seguir a dieta em condições, sem desculpas.

Estou confiante e positiva por isso, vamos lá ver como corre. Espero daqui a um mês escrever um texto a dizer que já emagreci e que continuo motivada para continuar. Até lá, coragem, muita água, alimentação saudável e pensamento positivo!

sexta-feira, 17 de março de 2017

Março, o meu mês.

O mês de março, principalmente o final do mês, é para mim sempre uma altura de introspeção. É sinónimo de mudança, um ciclo que se fecha e um novo que se inicia.
Neste último ano, e olhando para os quase 365 dias que se passaram, posso dizer que a minha vida mudou completamente. Acho que nunca houve ano com tanta mudança e tanta coisa nova. Foi um bom ano.

Trabalhei que me fartei, mudei de casa, tive um bebé a crescer na minha barriga (que é só assim a melhor sensação do mundo!). O estar grávida foi a maior mudança desde sempre na minha vida e foi uma fase muito boa. Sei que há quem adore estar grávida e quem deteste, no meu caso foi uma experiência muito positiva, apesar de alguns momentos menos bons, mas que fazem parte.

Foi um ano duro, foi um ano feliz, foi um ano que me mudou para sempre e de forma inimaginável.
De todos os anos passados, de todas as introspeções feitas esta é, sem dúvida alguma, a que mais feliz me deixa.

Estou pronta, que venham mais 365 dias.
 

quarta-feira, 15 de março de 2017

Em contagem decrescente.

Faltam 13 dias para voltar ao trabalho...13!! Parece que ainda ontem estava grávida e a miúda já está com 5 meses e pouco, sendo que este mês já vai para o berçário. O tempo realmente passa muito depressa. Acho que tirando o primeiro mês que foi de facto bastante pesado e cansativo, estes últimos meses têm sido muito bons. Claro que há dias melhores que outros, mas no geral foi ótimo estar em casa e poder presenciar a evolução e crescimento da minha filha. Se no início os dias se resumiam a dar de mamar, trocar fraldas e dormir, agora ela só quer ver o mundo. É uma bebé super simpática, extrovertida, que todos os dias aprende coisas novas e nos surpreende. É tão, mas tão bom!

Como vai ser a partir de agora? Estou 24 sobre 24 horas com esta miúda e de repente, assim sem dar hipótese, vou estar privada de tantas horas da sua companhia. Vou sentir tantas, tantas saudades! Claro que sei que é o melhor e que me vai fazer muito bem, quer a mim quer a ela, mas que vai doer, lá isso vai. Toda a gente diz que eu vou sofrer mais que ela. Espero que sim. Espero que ela não sinta a minha falta, que não pense que a mamã a abandonou e que continue a ser a bebé feliz que foi até aqui.

A verdade é que ainda ontem estava grávida e ela era só minha e agora já é do mundo. O tempo passa tão depressa...


segunda-feira, 13 de março de 2017

A 8 coisas que gostaria que me tivessem dito antes sobre o pós-parto.

Este era um texto que já queria ter escrito há algum tempo, mas ainda não tinha tido a oportunidade. O pós-parto não é fácil. Acho que não há aulas de preparação ou livros que nos preparem para ele. No meu caso senti que tinha sido atropelada por um comboio. As hormonas estão ao rubro, estamos cansadas, com sono e com um pequeno ser que requer toda a nossa atenção. Eu nunca tinha pegado ao colo num recém-nascido e nem sequer trocado uma fralda e de repente há que fazer isso tudo e muito mais. Pegar no bebé, mudar a fralda, dar banho, trocar a roupa, dar de mamar, pôr a arrotar, embalar, adormecer...uma pessoa sente-se perdida, sozinha e assoberbada. No entanto, e olhando agora para trás nestes quase 5 meses, sinto que cresci imenso e que de facto somos grandes e capazes de tudo. Cada dia é uma prova e uma superação e esse sentimento é maravilhoso. Apesar do cansaço instalado, de sentir muitas vezes que não faço ideia do que estou a fazer, o amor, o carinho, aquele sorriso e olhar valem por tudo, apagam todas as dores e as noites mal dormidas (ou não dormidas de todo).

Há várias coisas que gostaria de ter sabido antes de a minha filha ter nascido, ou que gostaria que me tivessem alertado. São coisas menos boas, mas que fazem parte de todo o processo e são normais mas não menos custosas. Não sei se nos cursos de preparação para o parto falam sobre isto. No curso que  fiz tudo isto foi falado muito por alto e por isso eu não dei grande importância, até ao dia em que de facto precisei.

#1
A subida de leite é terrível! 
Três dias após o nascimento da minha filha tive a subida de leite. Era de noite, estava no sofá e de repente quando me levanto estou completamente encharcada em leite. As minhas mamas tinham aumentado 5 vezes e eu não sabia o que fazer. A bebé dormia logo não tinha como esvaziá-las e de repente entrei em pânico. Não conseguia dormir, sentia-me febril, só transpirava. As mamas pareciam pedra, não sabia o que fazer. Mesmo a bebé mamando durante a noite não consegui que a tensão mamária diminuísse, estava desesperada.
Como os bebés são ainda pequeninos para conseguir vazar as duas mamas por completo e para evitar a dor, o melhor é mesmo massajar as maminhas e esvaziá-las para que a tensão mamária diminua e até se evite algo mais grave, como uma mastite. No entanto, e como a produção de leite ainda não está estabilizada, o uso de, por exemplo, uma máquina de extração deverá ser feito de forma regrada para evitar que se continue a produzir mais do que o necessário.
Conselho: ter à disposição uma máquina para tirar leite (sim é obrigatório!). Podemos depois nem precisar de a usar, mas mais vale prevenir.

#2
As maminhas e as saudades que tenho que dormir de barriga para baixo.
Com  subida de leite, e nos primeiros tempos, é impossível dormir de barriga para baixo (ainda não durmo). As maminhas doem...muito! Todas as noites acordava encharcada em suor como se estivesse com febre e logo a seguir ficava cheia de frio. Não é uma sensação agradável. Para além disso, ainda molhava pijama e lençóis com o leite que ia saindo durante a noite. Mais tarde lembrei-me que tinha comprado umas conchas para evitar molhar pijamas e afins (cabeça de grávida ou ex-grávida é esquecida) e comecei a utilizá-las. O problema? No meu caso a produção de leite era tal que enchia as conchas num instante e como elas têm uns buraquinhos para deixar respirar a mama, se não tivesse cuidado acabava por molhar tudo na mesma. Para utilizar as conchas tinha que colocar um soutien. A meio da minha gravidez comprei uns soutiens de amamentação e também me emprestaram alguns. Esses deram durante a gravidez, o problema foi que as maminhas no pós-parto passaram a mamonas, logo não havia soutien que me servisse e fosse confortável. Só mais tarde descobri uns soutiens sem costuras grossas que para mim, são os melhores para dormir porque não me apertam. Pena tê-los descoberto só quase 2 meses após a bebé ter nascido, teriam-me poupado algumas dores. Continuo a não conseguir dormir de barriga para baixo, mas pelo menos já estou mais confortável.
Conselho: ter uma máquina (elétrica ou manual); ter conchas ou algo idêntico para não se sujar tudo, e ter um bom soutien que seja confortável para dormir.

#3
Amamentar é maravilhoso, mas não no início. 
Toda a gente fala que amamentar é o melhor do mundo. A partir do momento em que engravidamos todas começamos a ouvir opiniões e histórias sobre amamentação. Ora porque dói e é horrível, ora que não dói e é maravilhoso, que não somos boas mães se não amamentarmos...enfim é terrível. Durante a gravidez sempre disse que iria amamentar, só não sabia o quão doloroso poderia ser. Uma pessoa vê uma mãe a amamentar e pensa que é super fácil mas a primeira realidade é completamente diferente. Comecei a dar de mamar ainda na sala de parto. A bebé começou a chorar, eu não sabia o que fazer nem tão pouco pô-la a mamar, ainda para mais estava deitada de barriga para cima, sem sentir parte das pernas. Veio uma auxiliar, ajudou-me a colocar a bebé a mamar e eu só pensei "Oh-meu-Deus! Isto é horrível! Isto dói imenso!" pareciam agulhas a espetarem nos mamilos, só me apetecia chorar. E assim foi durante uns dias. Sempre que a bebé colocava a boquinha era horrível, mas pelo menos eu sabia que ela estava a mamar. Fiquei com os mamilos cheios de feridas que demoravam imenso a sarar porque de 3 em 3 horas tinha que dar de mamar o que não dava tempo para que tudo cicatrizasse. Não foi fácil. Entretanto comecei a aperfeiçoar a pega, mas mesmo assim como estava com muitas feridas a dor era sempre intensa. O Purelan era o meu melhor amigo, mas havia dias que nem ele me valia. Em certas ocasiões quando o pai da bebé ma trazia e dizia que era hora de dar de mamar, vinham-me as lágrimas aos olhos porque era de facto doloroso e ainda para mais a bebé estava sempre a adormecer na mama por isso estávamos naquilo uma hora, às vezes mais, era muito intenso. Porém, tudo passa e após umas pesquisas de vídeos no Youtube consegui aperfeiçoar a técnica e a pega do bebé. Depois da técnica aperfeiçoada tudo fica melhor e de facto amamentar não dói e deve ser um momento pleno, vivido a 2 (ou a 3 caso o pai queira estar presente e fazer uma massagem à mãe, por exemplo). É de facto muito bom, os laços que se criam são maravilhosos e o saber que contribuímos para algo tão perfeito é a melhor sensação do mundo! Eu consegui aperfeiçoar a pega que a minha bebé fazia sozinha, mas há imensos profissionais que podemos consultar para que nos ajudem: CAM's, enfermeiras do centro de saúde, etc.
Conselho: amamentar não deve dar dor. Em caso de dor consultar um médico, uma CAM, a enfermeira do centro de saúde, etc. e não achar que somos nós que estamos a fazer algo de errado. Se não amamentarmos não vem mal ao mundo, o importante é que mãe e bebé estejam bem e felizes.

#4
O peso e o regresso ao que éramos antes da gravidez (Neste ponto sós somos avisadas para no engordar muito e blá blá blá, mas acho que ninguém liga muito).
Uma da coisas que mais me tem custado nestas semanas é subir à balança e ver o que número de mantém inalterado. Sempre fui uma pessoa que teve que ter cuidado com a alimentação e com a prática de desporto porque basicamente eu engordo com o ar que respiro. Antes de engravidar mudei completamente os meus hábitos alimentares e durante um ano estive a fazer uma dieta. Emagreci 18 quilos! Sei que foi muito, mas não foi uma perda de peso rápida, demorei um ano porque basicamente aprendi a comer e retirei da minha alimentação alguns alimentos mais calóricos.
Quando engravidei achei que iria conseguir manter a restrição alimentar mas não consegui. No primeiro trimestre tinha constantemente fome. Há quem se queixe de enjoos, eu tive zero, há quem se queixe do sono, eu não tive mais que o normal, mas já fome...eu só não tinha fome quando estava a comer! Resultado: comecei logo a engordar e até comia coisas saudáveis, mas a quantidade era imensa. Acabei por engordar na gravidez os 18 quilos que tinha perdido no ano anterior. Assim que a bebé nasceu perdi 6, passado uns dias perdi mais 2, restam agora 10 quilinhos que não estou a conseguir perder muito rapidamente e que, confesso, me tem deixado um pouco frustrada. Sei que com o tempo isto vai lá e voltando ao trabalho as coisas mais rapidamente voltarão ao seu lugar. Até lá muita paciência.
Conselho: quanto mais se engordar na gravidez mais difícil vai ser perder os quilos a mais. Quando a enfermeira ou médico voz der na cabeça é para o nosso bem! Comer coisas saudáveis e ter uma alimentação regrada. Claro que de vez em quando sabe bem aquele docinho e isso também faz parte, desde que não seja em exagero. A verdade é que quanto mais engordarmos mais temos que emagrecer, para voltar ao que éramos, e mais difícil se torna.

#5
As opiniões, teorias e comentários de terceiros.
Preparam-se! É que se já durante a gravidez tínhamos que levar com opiniões, comentários e teorias relativamente a isto e aquilo, após o nascimento só piora. Ou é porque o nosso leite deve ser fraco porque o bebé mama de 2 em 2 horas ou de 3 em 3 (duh é normal...é um bebé!), ou é porque os habituamos mal ao adormecer ao colo, ou é porque temos que os deixar chorar (oi?! como assim, deixar chorar?), ou porque se eu comer isto o bebé terá cólicas (flash news: o bebé que tem cólicas tem-nas sempre, nem que só bebamos água), ou porque demos a chucha (depois habitua-se e para largar vai ser difícil), ou porque não demos a chucha e o bebé chucha no dedo (depois vai chuchar no dedo até aos 18 anos), ou porque dorme na nossa cama, ou porque dorme num berço ao lado da cama e devia dormir no quartinho dele...enfim!
Conselho: a intuição de mãe é tudo e cada uma de nós saberá o que é melhor para o nosso bebé e o que melhor resulta connosco. Relativamente aos comentários é respirar fundo e "just smile and wave...smile anda wave...".

#6
Incha...desincha e não passa...
A minha gravidez no geral correu muito bem, tirando um pequeno susto às 33 semanas. Passei a gravidez feliz, não tive enjoos ou desejos e não inchei. Engravidei em janeiro o que significa que passei todo o verão grávida, e se há verões que são soft, o ano de 2016 não o foi. Houve dias de imenso calor o que não ajuda a que nos sintamos bem. A minha sorte foi trabalhar num sítio com ar condicionado. Evitava passar muito tempo na rua, mas mesmo assim ainda tive umas 2 ou 3 quebras de tensão (nada de grave). Por outro lado, e se há pessoas que incham imenso, eu quase não inchei. A minha médica preveniu-me logo e sugeriu que usasse meias de descanso, mas sinceramente sentia-me pior com elas, tendo acabado por quase não as usar. Só as usava quando sabia, por exemplo, que iria estar muito tempo de pé. No entanto, e apesar de ter passado a gravidez quase sem inchar, depois do parto não foi bem assim. Os meus pés duplicaram o tamanho e, para além de estarem inchados, ainda me doíam imenso.
Conselho: A solução passa mesmo por descansar, e sempre que possível colocar os pés e as pernas para cima. Estive assim 15 dias. Sei que não foi muito tempo, mas sentir-me inchada, com privação de sono, mamas inchadas, etc. não é fácil.

#7
Episiotomia 
Episiotomia é uma incisão efetuada na região do períneo (área muscular entre a vagina e o ânus) para ampliar o canal de parto. No meu caso essa incisão foi feita e se quando a mesma é realizada uma pessoa não sente nada (graças a Deus a quem inventou a epidural!), o mesmo não se poderá dizer no pós-parto. A verdade é que dói, dói muito! Dói a andar, dói a sentar, dói a fazer xixi...não é pêra doce! Estive assim cerca de duas semanas, mas a verdade é que de um momento para o outro deixa de doer e quando damos por ela já estamos como antes...ou quase vá :)
Conselho: respirar fundo, fazer uma boa higiene íntima e descansar.


#8
Lóquios
Após o parto o útero, colo do útero vagina e abdómen começam a encolher para o tamanho que tinham antes da gravidez. À medida que o útero se contrai, vai ter um corrimento vaginal, conhecido por lóquios. Eles são um corrimento vaginal normal variando a sua duração de mulher para mulher, sendo a média de 21 dias mas que se pode prolongar pelos primeiros 2 a 3 meses. No meu caso estive assim 1 mês que na altura me pareceu uma eternidade. Achava que me ia esvair em sangue para sempre. Ao inicio tive mesmo que comprar pensos higiénicos tamanho super, mas depois passado umas semanas os normais já davam perfeitamente. De qualquer das formas não deixa de ser desconfortável. Uma pessoa passa quase 10 meses sem a menstruação e depois parece que vem tudo de uma só vez.
Conselho: comprar muito pensinhos e estar preparada porque é normal. A vantagem é que passado umas semanas deixamos de ter o tal corrimento e, caso estejamos a amamentar, tão cedo não vemos a menstrução...yupiiiii :)

E pronto acho que estas 8 coisas foram as mais chatas no pós-parto. Gostava de estar já a contar com elas para não ter sido apanhada se surpresa, mas também sei que ao longo da gravidez e antes do parto uma pessoa recebe tanta informação que é difícil guardar tudo e lembrarmo-nos de tudo mais tarde. Tenho a certeza que com um segundo filho tudo será mais fácil porque estas coisas só mesmo passando por elas. Claro que cada mulher é uma mulher e cada pós-parto é um pós-parto. Da mesma forma que não há duas gravidezes iguais acredito que o mesmo se passe com o pós-parto, mas quanto mais informação tivermos do nosso lado mais confiantes e seguras nos vamos sentir e, acredito, isso será meio caminho andado para uma melhor e mais rápida recuperação.

O primeiro mês é, sem dúvida, o pior porque o corpo ainda está a recuperar e esta recuperação não é fácil. O nosso corpo sofre, durante 40 semanas, alterações muito grandes e é normal que custe um pouco a voltar ao que era. O que repito para mim é que preciso de ter calma, paciência e pensamento positivo, porque tudo irá correr bem. Cada dia que passa é uma prova superada e com o tempo tudo se aperfeiçoa e melhora.
No fim, o que mais importa, é estarmos bem física e psicologicamente, e aproveitarmos ao máximo os nossos bebés.




sexta-feira, 3 de março de 2017

Desabafo do dia #1

Já não durmo uma noite completa há semanas. Esta noite fiz direta :( estou de rastos.
A princesa agora deu em acordar de hora a hora para mamar, não sei que se passa e não sei se aguentarei mais uma noite assim. A privação de sono é, sem dúvida, o pior da maternidade.
Melhores dias virão...espero!

quarta-feira, 1 de março de 2017

Voltei :)

Já não escrevia no blog desde 2014! A verdade é que ter e manter um blog é algo que dá muito trabalho e para o qual é necessária muita dedicação e tempo. O tempo é importante, claro, mas querendo tudo se faz. Não vou assumir um compromisso de cá vir todos os dias, acho que isso será realmente difícil, e a minha vida não é assim tão interessante que tenha sempre coisas para contar (eheheh), mas vou tentar. Será que é desta que a coisa se dá e faço este blog (re)nascer?  Um dia de cada vez.

Desde 2014 muita coisa mudou. Fui feliz, chorei, ri, stressei, acreditei, quis mandar tudo às favas e agradeci por tudo o que tenho. Tanta coisa aconteceu...aceitei novo desafio profissional onde fui muito feliz e muito infeliz. Trabalhei que me fartei, engordei horrores e fiz amigos para a vida. Mudei de trabalho, de rotinas, fiz uma dieta e emagreci 18 quilos! Sim 18!! Adotei uma gata, a Pipoca, que é um amor e um terror. No ano passado engravidei e 2016 passou a ser um ano de descobertas e um dos melhores anos da minha vida. Não foi um ano fácil, o desconhecido é sempre assustador e foi um ano de muitas mudanças. A verdade é que nunca mais serei a mesma. Ganhei uma filha linda, reforcei os laços com o meu mais que tudo e cresci. Avizinha-se um 2017 cheio de coisas novas: novas fases, novas rotinas e novos desafios. Sei que não vai ser fácil, não é fácil de facto, mas irei (iremos) conseguir.

Sem promessas de que vá atualizando o blog com muita frequência, fica a intenção de o fazer de vez em quando. Partilhar faz bem, e eu acredito que me vai ajudar a lidar com tudo.  A ver vamos. Até já!